Nesta sexta-feira, 7 de junho, os idosos inscritos no Curso de Inclusão Digital e Uso da Tecnologia para Terceira Idade participaram de duas oficinas ministradas por servidores do Legislativo, uma trata sobre compartilhamento de fake news e outra sobre os cuidados a serem tomados para o uso de aplicativos para relacionamento. A atividade encerra o ciclo de aulas do curso, promovido pela Escola Legislativa Paulo Freire, em parceria com a organização Enactus, da Unicamp, e com o CRAS Marilena Pinto Ramalho, do Ceprosom.
Fake News
Com o objetivo de explicar o que são e como distinguir as notícias falsas das verdadeiras, o Núcleo de Imprensa da Câmara Municipal de Limeira, formado pelos jornalistas Alexandre Brandão, Bruna Carvalho e Cristiane Scardelai, apresentou a oficina “Fake News: na dúvida, não compartilhe”. A aula teve início com uma dinâmica de “Compartilho” ou “Não compartilho”; foram expostos vídeos e matérias veiculadas na internet e os alunos foram incentivados a levantar placas que indicassem sua opinião em relação à veracidade do conteúdo apresentado.
Com exemplos de fake news espalhadas sobre o Papa Francisco e o caso de Fabiane de Jesus, vítima de notícias falsas veiculadas em redes sociais na cidade de Guarujá (SP), que motivaram cidadãos a agredi-la; a oficina seguiu com a explicação do que são as publicações falsas e por quais motivos são feitas e compartilhadas.
Para Bruna Carvalho, a grande armadilha das publicações falsas é “mexer com as crenças e os sentimentos das pessoas”, pois quando o conteúdo divulgado está alinhado ao pensamento do indivíduo é normal que este acredite, sem qualquer relutância.
“Quando falamos em fake News, não tratamos somente de notícias falsas, mas de um conjunto de recursos que ganham uma aparência de verdade para distorcer os fatos, seja por meio de boatos, propagandas enganosas, sátiras. O palco disso tudo é a tela do seu celular e do computador. Onde todos estamos expostos”, descreveu.
Ainda, de acordo com a jornalista, ao contrário do que se pensa, desconhecer que determinada notícia é falsa não exime ninguém da responsabilidade sob os prejuízos gerados pela criação e compartilhamento dos conteúdos. “Todo conteúdo comprovadamente falsos criam consequências negativas para alguém e pode gerar prejuízos também para quem o repassa”, explica Bruna.
Qualquer compartilhamento de fake news, mesmo inocentemente, pode, segundo Cristiane, ocasionar em processos legais por conter calúnia, difamação ou injúria. Para evitar essas circunstâncias, a jornalista apresentou dicas aos idosos, de forma a se atentarem antes de compartilharem informações, as dicas são: refletir, desconfiar, ler a matéria completa, conferir datas, conferir fontes e pesquisar em sites de checagem ou no Google.
“Se mesmo após a pesquisa de dados vocês ainda estiverem com dúvida, não compartilhem, porque é melhor passar vontade do que passar uma notícia falsa adiante”, destaca Cristiane.
A jornalista realizou também uma dinâmica de “Compartilho” ou “Não compartilho” com os idosos, desta vez com anúncios de promoções de marcas conhecidas no mercado, como Uber, Netflix, Carrefour e o banco Caixa Econômica Federal. “Também existem postagens falsas que são veiculadas com o objetivo de roubar dados de usuários e cartão de crédito”, alertou.
Para finalizar, Alexandre indicou páginas e ferramentas para checagem de conteúdos e deu dicas de como reconhecer as fakes news, como erros de português. Estadão Verifica, Projeto Comprova, Fato ou Fake, Boatos-org e E-farsas foram algumas das plataformas apresentadas.
O jornalista ensinou o trajeto de acesso a esses sites por telefones móveis; alguns são focados em política e outros tratam de assuntos gerais. “Entrem nesses sites e pesquisem sobre as notícias. As vezes parte da notícia é verdade e parte não, verifiquem se todas as informações são verdadeiras”, indicou.
Relacionamentos virtuais
Para apresentar os perigos e falar sobre os cuidados a serem tomados na hora de iniciar relacionamentos amorosos ou não pela internet, Amanda Marques de Oliveira, consultora técnica da Câmara de Limeira, também ministrou uma palestra para os idosos.
“O principal uso da internet é conectar pessoas. No Facebook você reencontra amigos da escola, parentes que vocês só viam em grandes ocasiões. Pelo WhatsApp agora vocês podem conversar todos os dias com essas pessoas”, comenta Amanda.
Convidados pela consultora a contarem como conheceram seus companheiros, os alunos narraram suas histórias em que conhecerem seus esposos(as) em praças da cidade e amigos em comum. “Então a gente vê que antes da internet, o único jeito de conhecer as pessoas era morando no mesmo bairro, estudando na mesma escola ou em eventos, mas, em geral, você sabia um pouco dessas pessoas”, relatou.
Para a consultora, naquela época já era necessário tomar cuidados ao conhecer pessoas, no entanto, hoje em dia é ainda mais difícil por conta de perfis fakes. Para explicar, uma reportagem com casos de vítimas de scammers – indivíduos ou quadrilhas que roubam mulheres a partir do golpe do namoro virtual – veiculada em 2018 foi apresentada aos alunos.
“Ninguém está falando para não usarem aplicativos de relacionamento e redes sociais, nem para não conhecerem pessoas, a única questão é que vocês devem tomar cuidado”, declara Amanda. Para evitar essas situações, a consultora ainda deu algumas dicas, são elas: desconfiar sempre, não dar detalhes de sua vida pessoal, não manter sigilo sobre o relacionamento, realizar os encontros em locais públicos e nunca transferir qualquer quantia de dinheiro.