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Djamila Ribeiro aborda feminismo, machismo e racismo em palestra promovida pela Câmara de Limeira

Atividade faz parte das comemorações pelo Dia Internacional da Mulher
Data de puiblicação: 07/03/2024
Imagem ilustrativa da notícia

“A mulher contemporânea e suas conquistas", esse foi o tema abordado pela filósofa e escritora brasileira Djamila Ribeiro, na palestra realizada nesta quarta-feira, 6 de março, que faz parte das celebrações pelo Dia Internacional da Mulher, promovida pela Câmara Municipal de Limeira. A atividade foi idealizada pela vice-presidente da Câmara, vereadora Isabelly Carvalho (PT), e foi organizada pela Procuradoria Especial da Mulher, com o apoio da Escola Legislativa Paulo Freire. 

Estiveram presentes no evento o presidente da Câmara, vereador Everton Ferreira (PSD); o prefeito Mario Botion; a vice-prefeita Erika Tank; a procuradora especial da Mulher da Câmara, Mariana Calsa (PL); a vice-presidente do Legislativo, Isabelly Carvalho; a presidente da Comissão Organizadora da Semana da Mulher, Lu Bogo (PL); além de vereadores e outras autoridades municipais.

A procuradora especial da Mulher, Mariana Calsa, abriu o evento falando sobre a importância de ter na plateia tantas pessoas interessadas na pauta feminina; já a idealizadora da palestra, Isabelly Carvalho, ressaltou a necessidade de trazer a temática abordada por Djamila para a sociedade limeirense e pontuou que o evento foi pensado com muita sede de justiça social. A presidente da Comissão Organizadora da Semana da Mulher, Lu Bogo, lembrou das dificuldades enfrentadas pelas mulheres e expressou seu desejo para que a cada dia tenham mais reconhecimento e respeito, não só em Limeira, mas em todo Brasil.

A palestra

Djamila falou sobre o Dia Internacional da Mulher e da necessidade de valorizar aquelas que lutaram para conquistar os direitos que as mulheres têm hoje. Ressaltou também que é importante valorizar não só as grandes figuras da história, mas também reverenciar as personalidades locais.

Ela trouxe dados estatísticos sobre violência contra as mulheres e diferenças sociais entre homens brancos e mulheres brancas e negras, falou sobre a construção social do gênero, que se impõe antes mesmo do nascimento, na qual se determina que meninas devem se comportar de uma forma e meninos de outra, falou dos padrões de beleza impostos sobre as mulheres e enfatizou que para quebrar todos esses paradigmas é preciso que os homens também participem da desconstrução dessas regras.

Além de falar sobre a condição das mulheres numa sociedade machista como a brasileira, a palestrante tratou sobre o racismo. Pontuou que é preciso basear as opiniões sobre fatos, conhecer a história para entender como o passado reflete nas condições atuais da sociedade e assim embasar as políticas públicas, combatendo “o machismo, o racismo e o achismo”. 

Djamila lembrou que o Brasil foi o último país das Américas a abolir a escravidão, que, desde o descobrimento, em 1500, o país passou quase quatro séculos como escravocrata e, no período pós escravidão, as milhares de pessoas negras que foram libertas foram deixadas à própria sorte, sem acesso à educação, à terras e outros direitos. “A primeira Constituição estabelecia que só teria acesso à educação quem nascesse livre. Já em 1850, só poderia ter acesso à terras quem pudesse comprar. Pessoas escravizadas não tinham renda. Se boa parte da população negra vive em condições de pobreza hoje, é preciso conhecer a história para entender o porquê”, enfatizou a palestrante.

A filósofa seguiu falando sobre a política do branqueamento praticada após o fim da escravidão, quando trabalhadores europeus foram trazidos para o Brasil, que estes receberam terras no país e pontuou que muitos descendentes são contra a lei de cotas, mas que, no entanto, se hoje possuem bens foi porque no passado foram beneficiados com cotas de terras. “Nós negros construímos a riqueza do Brasil sem poder ter acesso a ela”, evidenciou.

Para encerrar a palestra, Djamila fez provocações sobre o discurso de “mérito”, que afirma que o esforço leva à conquista, e comparou situações em que uma pessoa branca que nasce em um bairro nobre e tem acesso a uma educação de qualidade tem oportunidades diferentes na vida em comparação a uma pessoa negra, que nasce em um bairro de periferia, em uma família pobre. “Capacidade todos nós temos, o que não temos é oportunidade”, afirmou.

A escritora ressaltou que é importante entender o contexto e criar consciência para se engajar e que as pessoas que estão em lugares de poder devem pensar em como construir políticas públicas para as pessoas que têm menos oportunidades. “É preciso estudar a realidade para compreender o que passam, escutar, aprender e ser agentes de transformação. Temos que aprender a matar o opressor dentro de nós e transformar o incômodo em mudança”, concluiu.

A palestrante

Djamila Ribeiro é uma intelectual pública, filósofa, feminista negra, escritora e acadêmica brasileira. A escritora é graduada em Filosofia e mestra em Filosofia Política pela Universidade Federal de São Paulo. É coordenadora da Feminismos Plurais, que compreende o Espaço Feminismos Plurais, a Plataforma online Feminismos Plurais e o selo editorial Sueli Carneiro, o qual publica a coleção de livros Feminismos Plurais.

É autora dos livros “Lugar de Fala” (Jandaíra/Feminismos Plurais), “Quem tem medo do Feminismo Negro?”, “Pequeno manual antirracista” e “Cartas para minha avó” (Companhia das Letras), com traduções para três idiomas. É também professora convidada do Departamento de Jornalismo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pesquisadora convidada da University of Mainz (Alemanha).

 


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